sábado, 23 de abril de 2011

Salve Jorge!



Jorge é de Capadócia, de Copacabana, de Cascadura, de Caxias, de você, de mim, é de todo mundo e todo mundo é Jorge também.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estupra, mas vê se mata.

Aí eu passo pela banca de jornal e uma senhora discute com um senhor e o dono da banca a respeito das condições psicológicas do cidadão que adentrou a escola em Realengo e sentou o dedo na garotada. Dizia a celerada senhora: "maluco? Maluco nada! Me nego a acreditar que ele era maluco. Se fosse maluco teria se matado!". Ao sair, procurei informar a essa distinta senhora que de fato o criminoso havia se matado. Ao que ela respondeu "Ah, se matou porque a polícia matou ele". Um argumento completamente sem sentido, típico de quem apenas queria ganhar a discussão e externar sua justa revolta.
O que me chamou a atenção no episódio acima é o desejo, acima de qualquer coisa, da punição. Contra o criminoso, certamente portador de algum tipo de debilidade mental, não bastava pesar as condições em que vivia, sua história ou mesmo o próprio suicídio. Era necessário algo que nos fizesse sentir que a sociedade deu a ele a punição devida. Se um policial o houvesse matado, certamente essa senhora estaria menos revoltada. Não basta torturar, expor a condições cruéis por toda uma vida. É necessário dar o golpe de misericórdia, de preferência em espaço público, para que todos se regozijem com o poder de opressão social.

Há certos sentimentos coletivos que jamais mudam.